Comerciantes e pequenos empresários destacaram a falta de apoio e a segurança precária da região.
Intensificando o diálogo direto com a população nas ruas, a pré-candidata à Prefeitura de Manaus pelo Partido Novo, Maria do Carmo Seffair, visitou a rua João Paulo I, no bairro da Alvorada, zona Centro-Oeste, a convite de comerciantes, para conhecer a realidade do local. Em uma conversa de empreendedor para empreendedor, foram denunciadas a falta de segurança, o lixo e as péssimas condições do transporte na região.
Durante a visita, a empresária e reitora da Fametro destacou a falta de atenção do Executivo municipal com os comerciantes, responsáveis por movimentar a economia de Manaus e que, segundo ela, não têm sido valorizados.
“As pessoas querem trabalhar, o manauara é um povo trabalhador, mas faltam oportunidades. O comércio é um dos setores que mais gera riqueza e empregos e, em Manaus, a prefeitura não tem atuado a favor dessa classe. Criar oportunidades deveria ser prioridade na gestão municipal, porque é sinônimo de liberdade, de autonomia e dignidade”, defendeu a professora Maria do Carmo.
O comércio é o maior contribuinte do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do Amazonas, e cerca de 25% desse valor vai para os municípios, com Manaus recebendo a maior parcela. Ainda assim, empresários do setor reclamam que não recebem atenção do poder público às suas demandas.
Uma das propostas da pré-candidata é a isenção de impostos para comerciantes que de alguma forma contribuam com a gestão municipal e com o desenvolvimento da cidade. “A isenção de impostos poderia ajudar a criar um retorno direto para os comerciantes, além de contribuir com o poder público, gerando empregos e renda para a economia de Manaus. Mas, em vez disso, a prefeitura prefere aumentar o IPTU e dificultar a vida de toda população e de quem quer empreender”, explicou a professora.
O alto número de impostos também foi alvo da reclamação do empresário Eduardo Portela, que cresceu no bairro Alvorada e tem uma longa relação com o comércio da região.
“Nós carregamos o Brasil nas costas. Pagamos impostos, geramos empregos, mas onde está o retorno disso? Não temos saúde, asfalto e segurança. Para onde vai esse dinheiro? Quem é o mais prejudicado? Somos todos nós, empresários e consumidores, as pessoas mais necessitadas que precisam do poder público”, disse Eduardo.
Raimundo Nonato, dono de uma loja de eletrônicos, falou sobre o descaso com a cidade e a falta de serviços básicos. “A população é tratada com descaso. Falta segurança, as ruas estão sujas, o tráfico aumenta e não recebemos nenhum tipo de apoio. Isso deixa a gente desacreditado”, lamentou.
Trabalhadores informais
Maria do Carmo também conversou com vendedores ambulantes da João Paulo I, que demonstraram apoio às suas propostas, principalmente por ter começado como pequena comerciante, tendo vendido brigadeiros, e hoje é dona da maior instituição de ensino superior do Norte do Brasil.
Uma das propostas da pré-candidata é regularizar os trabalhadores informais, de modo que possam atuar com a tranquilidade de que não serão atuados pelo poder público, nem perder suas mercadorias, desde que se cadastrem no projeto de regularização de pequenos comerciantes. A ideia é criar uma espécie de taxa social, a preço acessível para essa categoria, permitindo assim que exerçam seus trabalhos nas ruas da capital amazonense, obedecendo aos critérios do programa, como locais pré-definidos, padronização e limpeza da área pública, entre outros.
“Essa taxa, que é pequena, já funciona em outros locais do país. A ideia é que esse valor possa regularizar o trabalho, contribuindo com o município. O que eu quero é dar oportunidade para que todos possam trabalhar com dignidade”, afirmou Maria do Carmo.
A professora também destacou que muitos ambulantes já estão em seus postos há vários anos, e que não seria justo retirá-los do local de trabalho. A proposta é ordenar e regularizar esses trabalhadores para que também possam contribuir com a economia de Manaus.
FOTOS: Dalton Souza / Novo-AM